terça-feira, 5 de outubro de 2021

DE VOLTA AO LABORATÓRIO

 

     O laboratório foi projetado na Terra com o objetivo de  produzir oxigênio com a água encontrada em forma de gelo e  o óxido de ferro abundante no solo do planeta vermelho. Agora com chegada da eletricidade vinda das placas solares era só começar a produção deste gás primordial a formas de vida conhecidas em nosso planeta. O ar da estação seria renovado primeiramente e os seus resíduos seriam levados a um tanque de desinfecção e purificação para ser reutilizado pelas plantas em um túnel preparado para esse fim anteriormente.

    No laboratório seria possível fazer várias experiências entre as quais a adaptação humana ao clima e a tentativa definitiva de se sair à superfície em pequenos kibutzs e estabelecer uma cúpula protetora nos entornos da cratera.

      O biologista Mack Lukes tinha vários planos e assim que o laboratório funcionou chamou sua equipe para primeiro tentar reanimar os eletricistas recuperados na borda da cratera. Um deles, porém em estado muito letárgico precisaria ser deixado em hibernação severa para então ser acordado mais tarde.

      A primeira experiência era a metalurgia combinada do óxido de mineiro de ferro como vapor de água e um catalisador de prata para a produção de oxigênio, além disto a escória seria minério de ferro puro o que poderia fazer as estruturas metálicas da cúpula em um processo de siderurgia.

     O presidente Americano Salt Andryns, já havia imaginado a reconstrução do motor com esse mineral para o retorno imediato do cargueiro Anúbis a Terra. Mais isso talvez demorasse muito tempo, pois os robôs seriam relocados a indústria metalúrgica para se dedicarem  exclusivamente a fabricação de estruturas metálicas gigantes.

     Uma notícia vinda de um cargueiro Russo que buscava pousar em Marte deixou o presidente americano um pouco mais animado, com a possibilidade de regressar a Terra mesmo que fosse em péssimas condições de sobrevivência oferecidas pelos Russos.

     O laboratório também serviria de base para a produção de adubos e alimentos uma vez que todo o material usado pelos seres humanos seriam reciclados, e conduzidos a superfície onde receberiam os raios solares para sua maturação e reaproveitamento.

    A população civil estava combinando um motim às escondidas já que não se ouvia falar em retorno nem na manutenção do motor do cargueiro.

 

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BARACK

 



     
        O cargueiro Russo Барак XXIII preparava a sua aproximação da atmosfera marciana e todos os protocolos de aterrissagem também deveriam ser seguidos, apesar de mais antigo ele era cinco vezes maior do que o Anúbis e seus compartimentos levavam máquinas e robôs para as escavações na superfície e encostas. Os russos estavam procurando riquezas para a construção e manutenção de uma base militar na Lua.

      Como toda aterrissagem em Marte exigia pilotos profissionais e treinados no espaço, o capitão Dimitri Andreiev da nave russa que também já tinha sido cosmonauta e companheiro de formação do piloto Edward John Victor da NASA em parceira com a Academia Espacial Federal Russa até meados de 2030 quando os dois países por motivos de conquistas resolveram fazer uma nova guerra fria.

      Era preciso esperar as tempestades de areia e os ventos se dissiparem da atmosfera para então tentarem o pouso. Mais com um volume cinco vezes maior do que o Anúbis, o cargueiro russo Барак XXIII deveria ser cirúrgico na reentrada.

      Tudo estava pronto! Com uma mensagem de boa aterrissagem, na sua cabine o capitão Dimitri Andreiev desacelera os potentes motores atômicos do cerqueiro Барак XXIII e atravessa velozmente as camadas mais violentas do planeta vermelho. A sensação era a mesma de se estar em uma estrada esburacada só que com buracos gigantes.

      A base russa estava situada em uma cratera próxima à cratera americana enderence, que era 200 vezes maior e possuía um hangar e uma plataforma de carregamento protegida por canhões antiaéreos de feixes raios lasers que disparavam e destruíam as rochas maiores antes mesmo delas atingirem o solo.

     O processo era muito dispendioso, pois consumia muitos quilos de explosivos diariamente. Os russos também usavam a escória de suas minerações para construírem abrigos na superfície, esse processo lembravam as barragens de assoreamento de montantes feitos na terra e que de vez quanto poderia produzir tragédias.

     O cargueiro Барак XXIII pousou quase sem nenhuma avaria no hangar do interior da cratera Morano, onde passaria por uma avaliação e seu carregamento começaria imediatamente, pois toda essa manobra levaria cerca de três meses a contar da hora da sua chegada.

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A PRIMEIRA MISSAO

 


    O veículo parecia estar danificado com os estilhaços da rocha e uma averiguação pessoal passaria a ser necessária, um dos eletricistas vai até o local constatar os prejuízos enquanto os outros ligavam os últimos cabos; o drone se aproximava deixando os cilindros de oxigênio e retorna quase que imediatamente.

    John Eduard ligou para o laboratório e mandou verificar a voltagem produzida, do laboratório  todas as lâmpadas foram acessas, inclusive as da cratera dando um brilho quase vulcânico ao entardecer marciano.

     O jipe tinha perdido apenas o teto solar e os três resolvem sair o mais rápido possível do local, pois mesmo entre as montanhas da cratera o vento já passava de 100km/h. As portas dos túneis seriam, fechadas impreterivelmente as 19:00h e um frio de pelo menos -25ºC chegaria imediatamente.

     O Jipe acelerava seus potentes motores elétricos a mais de 150 km/h  contra o vento em direção à abertura das portas.

     Faltando alguns metros da entrada, uma rocha vinda do lado de fora fechou completamente a passagem bloqueando a estrada dos eletricistas.

     Era necessário pedir socorro, mais como chegar a tempo se a outra porta ficava a aproximadamente 20 km de distância?      

     John Eduard  fez uma ligação para a base já ciente de suas limitações e pediu para que mandassem buscar seus corpos congelados no dia seguinte caso não sobrevivesse ao frio intenso.

      Mais de dentro da caverna alguém teve a  brilhante ideia  de colocar uma pequena toupeira mecânica para furar a rocha o mais rápido possível a fim de salvá-los do frio fatal.

     Um mecânico se encarregou de posicionar o equipamento e começou a escavação de forma a atingir o lado exterior com precisão e rapidez. Os eletricistas são avisados para manterem a calma e aguardarem o mais próximo possível da entrada.

      O vento frio vinha como um grande freezer em direção aos seus corpos, eles começavam a ficar congelados e desmaiaram. Alguns segundos mais tarde como que por milagre, a toupeira chega a tempo a superfície e  seus corpos são recolhidos e direcionados a enfermaria onde seriam reaquecidos gradativamente por uma manta térmica.

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A CRATERA

 




      A cratera não era tão grande mais possuía uma montanha razoável em sua volta com cerca de 10 km de altura nas suas laterais, uma vez que o jipe já sairá de dentro dessas montanhas pelas cavernas nos subsolos era só seguir reto até as placas e fazer a conexão manual dos cabos elétricos.       

      Nada além de algumas rochas deixadas pelo asteroide na formação da cratera podiam impedir a viagem, e como o sol ainda estava a pique o eletricista dirigia velozmente o jipe em direção aos robôs que assentavam a última das placas solares.

      A chegarem começaram a conectar cada cabo com sua devida ponta já preestabelecida e numerada. O trabalho rendia favoravelmente e tudo colaborava para que fosse feito antes das 18:00h marcianas.

      Por fora da cratera, porém os ventos já haviam atingindo o dobro da velocidade do interior e já se tornavam cada vez mais perigosos pois poderiam provocar tempestades com rochas e grãos de areia parecendo um jato mecânico.

     A comunicação era feita diretamente com o laboratório que dava um parecer da quantidade de energia gerada a cada nova placa conectada. O sistema já estava quase fechado, quando uma das placas se soltou do suporte exigindo dos robôs uma adequação de mais ou menos 1 hora extra de serviços.

     Isso poderia fazer com que a viagem de volta as cavernas fossem atrasadas em mais alguns 40 minutos cruciais, pois a noite o tempo poderia congelar o solo e o oxigênio dos trajes especiais estavam acabando.

      Ao relatar o fato ao comando superior, o Eletricista, pede o envio de um drone com mais três cilindros de oxigênio.  As condições climáticas, porém já davam sinais de que deveriam partir imediatamente sobre a pena de ficarem presos no meio da cratera que seria atingida por um ciclone no findar da tarde.

    Enquanto ligavam a última das placas e o drone já se aproximava do local, um grande bloco de pedra passa riscando o teto da cratera e se desmonta próximo ao jipe.

 

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O PROJETO

 

 

           Um manual para a sobrevivência e comportamento da população fora distribuído a todos com regras especificas e dos locais proibidos, que deveriam ser evitados, sob a pena de contraírem parasitas. Qualquer sintoma anormal deveria ser comunicado as autoridades superiores. Se fosse necessário seriam levados a uma área de quarentena da qual poucos sairiam.

      Como toda colonização medidas duras e drásticas deveriam ser tomadas em função do bem maior que era a conquista do planeta vermelho.

        O presidente americano vendo-se preso a Marte para sempre pois já tinha seus 70 anos bem vividos e deixado sua família querida e respeitada em Nova York começa a pensar em outra forma de voltar ainda vivo a Terra. Mais sem um dos motores atômicos seria impossível cogitar tal esperança.

      Além disto, poderia haver um motim da população civil, que também desejava voltar a Terra para poder descansar seus corpos próximos aos dos seus entes queridos.

      Já havia se passado um mês e as placas já estavam sendo fixadas as laterais da cratera marciana, onde era necessário fazer as ligações dos cabos elétricos e mandar a eletricidade direto para o laboratório de onde a poderiam purificar o ar e dar início a novas experiências biológicas.

      O eletricista John Eduard tinha agora que sair a campo para fazer as ligações dos cabos na plataforma e provavelmente seria a primeira pessoa a receber diretamente os efeitos da atmosfera marciana já que os outros se alojavam em túneis subterrâneos.

      Um jipe adequado e roupas especiais haviam sido criadas para esse momento de enfrentamento, onde os ventos e a temperatura do planeta variavam constantemente. Era necessária uma ligação rápida e cirúrgica para que tudo desse certo o mais breve possível.

      Com mais dois assistentes, o eletricista John Eduard se direciona a abertura de uma das portas de aço do sistema de túneis ligados a superfície. Os ventos lá fora haviam sido medidos a cerca de 60 km/h, o que era um dia normal e momentaneamente calmo no planeta vermelho, com medias atmosférico sempre maior do que 200 km/k. A porta se abriu lentamente e os técnicos já dentro da cabine do jipe se locomoviam vagarosamente até uma das saídas da caverna.

     Eles deveriam ir até as bordas da cratera onde os robôs já haviam posicionado as placas e eles ligariam os cabos e só assim poderiam retornar.

 

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O TRABALHO

 



    Um relatório feito pelo oficial de bordo Jeferson Solys detecta a perda de um dos motores de propulsão do cargueiro e a destruição de uma quantidade mínima de placas solares. Seria necessário reparar a nave para o retorno à Terra, caso contrário essa avaria poderia fazer com que o cargueiro jamais retornasse do planeta vermelho.   

     O presidente então convoca a todos para discursar em uma das principais plataformas das minas de óxido de ferro.  No seu discurso ele elogia a habilidade do piloto Edward John Victor sem a qual a missão não teria atingido o resultado mesmo com as avarias detectadas. Aproveita também para abraçar virtualmente sua família em Nova York e todo o povo americano, além de mandar um recado amistoso aos outros povos pela colaboração da colonização de Marte.

      Ele, porém não deixa claro seu retorno a Terra por motivos dos engenheiros terem detectado a perda total de um dos motores atômicos do cargueiro.

      Os robôs já estavam posicionando o laboratório no local definitivo para purificação do ar da estação, mas faltavam ainda as placas serem levadas a superfície onde poderiam captar a energia solar adequadamente. Esse era um passo sine qua non para a segunda parte da missão.

      O biologista Marck Lukest estava ansioso e tudo dependeria dessa missão fora dos túneis cavados a mais ou menos 50 metros de profundidade. As placas deveriam ficar próximas as laterais da cratera, pois ali os ventos solares eram sistematicamente mais fracos. Os robôs seriam primordiais para levarem as placas até o local e assim o engenheiro eletricista John Edward faria a ligação dos cabos.

       A população civil que iria retornar a Terra não fora avisada adequadamente sobre as avalias do motor do cargueiro e aguardavam ansiosos pela notícia do retorno que não saia. Havia muitos velhos e doentes e também feridos pelas rochas do planeta que ao serem cavadas nos túneis costumavam se soltar se não fosse bem revestida.

       A colonização poderia trazer ou levar diversos vírus e bactérias, por isso um infectologista observava e media a temperatura dos trabalhadores que iam e vinham dentro minas de óxido de ferro.

      Banheiros químicos eram construídos a cada 100 metros e a desinfecção era sempre obrigatória para que não se propagasse doenças desconhecidas.

 

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O LABORATÒRIO

 


       O presidente Americano Salt Andryns de sua cabine privilegiada começa a ver os primeiros riscos deixados pelas toupeiras e as escavadeiras mecânicas no solo marciano que pareciam se dirigir a uma grande cratera aproveitada para construção da pista de pouso. A nave, porém, devido ao peso e a sua alta velocidade passa raspando por uma destas laterais perdendo parcialmente um pouco da carga que se desprende e explode logo atrás deixando uma pequena bola de fogo.

       Sem mais avarias o cargueiro pousa quase que suavemente na pista já que seu peso diminuirá com a perda de parte da sua carga. Todos apresentam certos alivio por terem chegado ao solo, mas ainda teriam que avaliar os prejuízos e pedir ao engenheiro chefe um relatório completo da situação.

        O presidente e a sua comitiva são ovacionadas e aplaudidas na entrada da primeira estação caverna. Ele resolve deixar seu discurso para depois da avaliação dos prejuízos e da certeza do sucesso da missão.

Um laboratório móvel desce vagarosamente da nave sobe coordenação do químico e biologista Mack Lukest responsável pela produção de oxigênio usando óxido de minério de ferro e do gelo encontrado no solo marciano.

Enquanto isso a população civil e encaminhada para banheiros químicos para fazerem a assepsia necessária para a entrada nas cavernas pré-fabricadas.

    O piloto Edward John Victor é homenageado rapidamente, mais se encontra um pouco abalado pelo incidente e não dá muita importância aos aplausos dedicados sua pessoa.

    O laboratório segue em frente para ser instalado e melhorar as condições do ar viciado da estação em desenvolvimento. Enquanto os robôs checam os dados de consumo e as condições de navegabilidade do cargueiro. Os civis trocam abraços com os trabalhadores que já se encontravam em Marte desde a primeira missão tripulada. Uma mensagem de pouso é enviada a Terra para que se confirme o pagamento das placas aos países colaboradores do projeto de colonização. O presidente se recolhe juntamente com a sua comitiva para discutir os novos passos. Após uma breve calmaria os robôs começam a descarregar as placas para serem avaliadas e encaminhadas às plataformas de destino.

 

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O POUSO

 


       A população civil que iria descer em Marte para completar a colonização ficava em um compartimento próximo à sala de comando. Nela não havia muito conforto, somente algumas máquinas de jogos eletrônicos e uma academia antigravitacional onde se podiam fazer alguns exercícios físicos coletivos.

       A comida era servida em uma bandejão especial, com vários tubos de pastas. Também levaram hambúrgueres que eram feitos com carne de soja moída, prensada e produzida na hora. A cerveja e os refrigerantes eram liberados para todos, mais as bebidas fortes só eram servidas na sala da comitiva presidencial.

     O cargueiro estava muito pesado e seus motores precisavam ser refrigerados, pois já haviam percorrido uma distância enorme entre a Terra e Marte e com esse atraso no pouso estava fadigando não somente os seus motores mais as pessoas a bordo.

Aproximadamente a 16h00min no horário marciano, uma mensagem é enviada pelos habitantes deixados no planeta na segunda expedição indicando o local mais seguro do pouso e que as rajadas de ventos solares iriam diminuir gradativamente.

     O piloto Edward John Victor avisa a tripulação pelo interfone sobre as condições climáticas e a necessidade de se adequarem ao pouso com segurança.

     As pessoas deveriam procurar afivelar seus cintos e se locomoverem até seus respectivos assentos.

      O presidente fora avisado com antecedência sobre a necessidade de ir para sua poltrona especial de onde se podia assistir ao pouso como um segundo piloto. O cargueiro começa a entrar na atmosfera marciana, ainda sobre uma forte turbulência, que a sacudia intensamente e faltava quebrar as suas partes metálicas.  

    Muitas das pessoas, abordo da nave cargueiro, duvidavam de uma aterrissagem perfeita já que o cargueiro estava no limite de seu peso. Mais a experiência do piloto contaria essencialmente para o sucesso dessa missão. A nave cargueira descia muito rapidamente quando dois imensos paraquedas foram abertos para diminuírem a queima das placas de reentrada na atmosfera. 

     Uma nuvem de poeira de vários quilômetros não deixava ainda se ver a superfície do solo marciano. O piloto colocou a nave cargueira em modo automático que passou a seguir as coordenadas enviadas do solo. O pouso se daria em segurança dentro de alguns minutos.


Continua...